Um pouco de azeite de oliva extra virgem fornecido pelo Emerson do Belmonte deveria dar um jeito de destravar a fechadura. Doce ilusão. O cadeado não se fez de salada, continuou emperrado mesmo depois de regado com fino azeite português. Então tivemos que partir pra ignorância. A serra que fica na cabine não se chama Ignorância mas deu cabo da corrente em alguns poucos movimentos de vai-e-vem.
Com o caiaque livre começamos os preparativos enquanto Gustavo e Ana vinham chegando. Flávia também já estava lá dando um jeitinho no box. Na água uma canoa com seis remadores vinha chegando enquanto um biguá se banhava distraido.
A maré estava baixíssima expondo as rochas sob a muralha. Aproveitava o balanço e ia desenferrujando a cintura depois de dias sem remar. Gustavo que vinha com a Ana num duplo passou bem pelo trecho apesar de estar acostumado ao mar mais tranquilo da Baía de Sepetiba.
Voltamos na direção da PU para encontrar Bruno, Marquinhos e Fernanda que deviam estar chegando. As ondas empurravam o caiaque para dentro me obrigando a forçar nas varreduras do lado direito para manter a direção. Há dias sem remar até me deu uma dorzinha no ombro, mas logo passa.
Alí na areia, na sombra da amendoeira, estava a turma da Comlurb e o guardião do G-mar sentado numa canoa. Bruno chegou logo e começou sua labuta pra colocar dois duplos na água. Solta corrente, coloca as tampas nos compartimentos, veste saia, põe colete, amarra, desamarra...
Dia de remada curta para não forçar demais os músculos preguiçosos. Dia de encontrar o povo flutuante e comungar da luz e do prazer de estarmos juntos.
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