Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aniversário do Clube Carioca de Canoagem

Dia 10 de julho o CCC faz 5 anos!!!
Vamos comemorar a data no Forte da Laje. Início às 9.
Venham de caiaque, canoa havaiana, stand up. Todos os remadores do Rio de Janeiro estão convidados.


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tubarões no Globo Mar

Texto de Marcelo Szpilman*

Na quinta-feira da semana passada, o programa Globo Mar, da Rede Globo, abordou a pesca industrial de grandes peixes e tubarões oceânicos e mostrou a prática do finning em uma embarcação de pesca brasileira.
Nas redes sociais e no blog do próprio programa dezenas de comentários criticaram o teor e a abordagem do episódio.
Como biólogo marinho e diretor do Instituto Aqualung e do Projeto Tubarões no Brasil, acredito ser importante esclarecer essa questão.
Gostei muito de ver que a maioria dos comentários era de indignação quanto às imagens dos pescadores extirpando as nadadeiras dos tubarões. E é para se indignar mesmo com tais práticas cruéis, mas não com o programa. Tamanho contrassenso seria como culpar o carteiro pelo conteúdo da carta. 
O programa prestou, isto sim, um excelente serviço ao mostrar para o grande público o que vem ocorrendo “silenciosamente” nos últimos anos em todos os mares do Planeta, inclusive nas águas brasileiras.
Expor um tema não significa incentivá-lo. Conheço muito bem o jornalista Ernesto Paglia e o biólogo marinho Marcelo Vianna e posso afirmar que ambos (e o programa Globo Mar) NUNCA se prestariam ao papel de incentivar o tratamento cruel de animais.
Seria muito bom ver as pessoas que se indignaram não ficando só nas palavras, mas tomando atitudes e ações em favor da preservação dos tubarões.
O Projeto Tubarões no Brasil, que há anos vem atuando com campanhas de esclarecimento e educação, é um caminho nesse sentido. Participe. Tome uma atitude correta em favor da Natureza. O Projeto Tubarões no Brasil, do Instituto Ecológico Aqualung, dentro de sua Campanha Nacional contra o Finning, está nesse momento promovendo um abaixo-assinado a ser enviado ao Congresso Nacional apoiando a criação de uma nova legislação federal (Projeto de Lei) determinando que todos os tubarões capturados em águas brasileiras deverão ser desembarcados com suas nadadeiras íntegras e no corpo do animal. Além de coibir a prática do finning e facilitar a fiscalização dos órgãos competentes, essa nova legislação possibilitará o maior controle das espécies alvo de pesca e obtenção de nadadeiras e das quantidades de tubarões capturados.
Leia ao final dessa mensagem as razões que explicam a importância dessa campanha de proteção dos tubarões.
Ajude acabar com essa Prática Insustentável! Assine o abaixo-assinado acessando o link http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N5037

*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros GUIA AQUALUNG DE PEIXES, AQUALUNG GUIDE TO FISHES, SERES MARINHOS PERIGOSOS, PEIXES MARINHOS DO BRASIL, e TUBARÕES NO BRASIL, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).

As Aventuras de Styela

Vejam o blog das aventuras do Styela http://rotadostyela.blogspot.com/ e o vídeo da remada de sexta http://www.youtube.com/watch?v=DdyqyVgq4EA.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Remar é bom. Com amigos é melhor ainda!

Sempre digo que qualquer pretexto pra remar é bom.
Nosso amigo, novo amigo, Mauro, lá do CRG, estava com algumas dificuladades pra "vencer" o Cara de Cão:
"Tenho tentado ir da enseada de Botafogo até a Praia Vermelha. Entretanto, quando chego ao final do costão do Forte São João, na entrada da Baía, o caiaque fica muito instável. Como não tenho experiência e ando sozinho, prefiro não arriscar e volto. Alguém teria alguma dica de uma outra rota mais tranquila, ou uma sugestão de como remar melhor nestas condições."
Aí começou. O Marcão disse mais ou menos assim:
"Tem que treinar subir e descer do caiaque em alto mar, treinar, treinar e  treinar..."
Depois foi a vez do Maurício:
"Não tem truque, meu caro. Tem treino. Vai capotar meeesmo antes de ganhar equilibrio. Então é fundamental saber retornar pra dentro do barco. E pra isso, treino...rs. E nenhuma maneira melhor de treinar do que encarar o mar. Vai capotar, vai passar perrengue, mas, quando der por si, vai estar remando em qualquer mar sem estresse. Esteja sempre de colete, esteja acompanhado, e vamos pro mar!!"
Então falei:
"Nas esquinas da Ponta de S. João, do Pão de Açúcar e do Leme é normal o mar estar mexido. São gargalos com fundo mais raso, perto da costeira, o mar fica meio anárquico.
Remar só , mesmo quando já se é cascudo é sempre mais arriscado, nada recomendável. O ideal é estar sempre acompanhado e não remar em mar mais arisco do que aquele em que já se treinou as manobras de resgate e recuperação, solo, em duplas, em trincas. Reconhecer os limites físicos e psi, isso é bom, muito bom. Não vale a pena correr riscos desnecessários. Palavra de quem já naufragou."
No que a Flávia completou:
"Para os machos, um aviso: virar de propósito é uma excelente maneira de treinar capotagem. Eu pegava o caiaque, ali na PV (mas pode ser feito na PU) e ficava a uns 50 metros da areia, caindo de propósito na água e voltando pra cima do caiaque, fazia 5 vezes direto. Cansa MUITO, mas me ajudou muito, pois quando acontecia de virar SEM querer, o corpo já estava acostumado... Errar de propósito é muito divertido... E outra: faça algo que não tenha nada a ver com caiaque...como dançar...por exemplo...saber sentir os quadris é essencial para sentir o remar...afinal é na bunda que sentamos quando no mar..."
A Flávia é uma atleta nata, da nata. Tem a sensibilidade e a disposição certas; um equilíbrio fundamental pra quem rema nesse marzão. Treinar é como ela disse: simular situações pra acostumar o corpo a ter as reações justas num momento de real necessidade.
No final das contas, a Letícia se propôs a acompanhar o novo amigo pelas esquinas das beiradas.
"Mauro, sexta às seis vou sair da PU em canoa individual, se quiser fazer o trajeto até a PV comigo vou te acompanhando e dando umas humildes dicas para cruzar o Cara de Cão."
Daí juntou uma porção de gente pra levar o mauro pra fora da baía de Guanabara. antes, porém, o Bruno falou um pouco sobre essa parte da orla carioca e deu algumas dicas mais:
"No final do costão do Forte São João é onde o mar fica mais agitado pois se forma uma espécie de gargalo onde toda a água que entra e sai da baía passa. Tomando o Forte da Lage como referência, há dois canais, o maior e mais seguro, a exceção dos navios, chamado de barra grande (F. Sta. Cruz-F. Lage) e o menor (Forte S. João-Lage) conhecido como barra pequena que é onde a criança chora e a mãe não vê. Ali, vários fatores se juntam para que seja uma zona turbulenta: a pouca profundidade do canal, as ondas, a forçada de maré e o vento indefinido. A influência da costeira faz dessa parte, em minha opinião, a zona de maior perigo que temos por aqui, lembrando que acima de 2,5m as ondas quebram e impressionam até o mais casca grossa dos surfistas.
Após todo esse blábláblá, vamos aos pontos chaves e dicas do percurso:
- Use sempre o material de segurança (COLETE,SAIA,CABO);
- Antes de se arriscar em mar aberto sem alguém experiente, é necessário que vc saiba, no mínimo, as técnicas de saída molhada, auto resgate e de resgate assistido;
- Se não se sentir seguro, atravesse pelo canal da barra grande, tomando cuidado com os navios (conheça o balizamento náutico);
- Preste atenção na maré, na lua cheia e nova, há maior variação de maré e sabendo do horário da cheia e vazia, é possivel fazer uma passagem segura, lembrando que a pior situação é a terceira e quarta hora da maré.  Evite passar nesse momento pois é quando o mar está mais agitado, principalmente com a maré vazando.
- Conheça seus limites e saiba aonde está se metendo, abortar uma missão ou ficar em terra esperando o mar abaixar é a decisão mais difícil de tomar. Esteja pronto para tomar decisões.
- Parabéns pelo lindo caiaque e pela iniciativa de perguntar e buscar adquirir conhecimento sobre o local."
Resultou que hoje fizemos uma bela remada com 15 canoistas acompanhando o Mauro.
Como disse lá em cima: qualquer pretexto é bom pra remar.
Seguem algumas fotos:

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Limpeza das Cagarras

Sábado passado, por iniciativa do Conselho Consultivo da Unidade de Conservação das Cagarras, um grande grupo de pessoas, membros de diversas entidades que compõe o Conselho, esteve na Cagarras para um mutirão de limpeza. O dia estava lindo e tivemos boas surpresas.
 
A primeira foi justamente o grande número de pessoas engajadas na ação. A segunda  foi encontrar um mar camarada dando excelentes condições de desembarque na Comprida e na Ilha das Palmas. Outra foi ter encontrado menos lixo do que habitualmente. Apesar das boas surpresas, ainda assim a quantidade de lixo e excrementos humanos é maior do que o desejado por quem ama essas ilhas.
Aproveito para fazer minhas as palavras de agradecimento do Luiz lá do Marimbás, fotógrafo e ambientalista, amante das Cagarras que mantém um site maravilhoso sobre as ilhas (http://www.cagarras.com.br/) e que foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso do evento. 
Então, usando as palavras do Luiz, meu muito obrigado aos bravos canoístas do CCC (e também do CRG e da ECCO) que além de remarem até as ilhas, ainda tiveram força para ajudar na limpeza; aos mergulhadores do Pedro Bonfatti (Mar do Mundo) que vestiram a camisa até debaixo d'água; ao Francisco Potiguara e Paula (Viva Rio) pela arte da bela camisa e pelo patrocínio da mesma junto a Ondas e Trilhas; ao Marcelo Szpilman (Instituto Aqualung) e ao Hildon Carrapito (Limpeza na Praia -IA) pelas sacolas degradáveis e luvas usadas no evento; ao Carlos Augusto Rangel (UFF), Fernando Moraes (Museu Nacional) e Daniela Batista (Instituto Mar Adentro) que documentaram o evento para o Projeto Ilhas do Rio, ao Flavio Carneiro (FEMERJ), que com sua experiência tornou mais fácil e seguro o desembarque nas ilhas; a Marina da Glória por receber e dar um destino ao lixo coletado; a Liliane Lodi (Instituto Aqualie) por elaborar as planihas usadas para contabilizar o lixo; ao Sergio Jordão (Colônias Z7 e Z8), Luiz Varela (Colônia Z13) e Pedro Bonfatti (Mar do Mundo), por disponibilizarem suas embarcações para a atividade; ao Ricardo Zaluar (Petrobrás) e ao Fernando (IBAMA) que entraram na mata para remover o lixo soterrado; a Francyne Vieira (FIPERJ), que subiu sem medo o costão da ilha Palmas para ajudar nosso grupo; à Katia Janine, Pedro Marins e Luiz Varela (Colônia Z13), pelo empenho e mobilização; ao pessoal do Projeto Grael; a Tatiana Teixeira de Melo (Capitania dos Portos); ao Marcelo Pessanha, Sylvia Chada, Paulo Motta, Fabiana Bicudo e demais integrantes do ICMBio por abraçarem a ideia da limpeza; ao meu amigo, José Carlos Sá (RIOTUR) pela ajuda na intermediação com a Comlurb e a todos que estiveram presentes e colaboraram direta e indiretamente para o sucesso do evento.
É bom que se diga que todo o trabalho foi realizado sem importunar as aves que nidificam nas ilhas. 
Segue link para as fotos do Luiz.
O resultado da catação feita pelos 15 canoistas presentes foi:
Sacolas plásticas = 24
Garrafas PET = 15
Copinhos descartáveis = 7
Potes = 3
Embalagens de biscoito = 4
Cordas de nylon = 5
Linhas de pesca = 6
Carretel vazio = 1
Jornais e revistas = 9
Garrafas de vidro = 7
Pedaços de vidro = 5
Latas de alumínio = 12
Latas de tinta = 1
Suporte de alumínio = 2
Pneus = 1
Roupas = 2

Valeu muito, pessoal!!!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Novos livros para a biblioteca do CCC

A biblioteca do CCC acaba de ser enriquecida com mais dois volumes:
"Indo além em um DUCK", presente do autor, Guto Zorovich.
"O livro possui 224 pg., é inteiramente colorido e possui mais de 300 imagens. Além disso, o prefácio foi escrito por José Carlos Pupo, técnico da seleção brasileira de canoagem olímpica em Barcelona e introdutor das águas brancas no Brasil.
O livro trata de uma embarcação versátil, multiesportiva, acessível, que pode ser testemunha de muitas viagens e fazer a diferença em uma corrida de aventura. O caiaque inflável - que na América Latina todos chamam de “Duck” - é detalhado nesta obra em um texto leve, que ensina da escolha do equipamento até viagens mais longas. Por tratar de temas como técnicas de canoagem, hidrologia e segurança, aproximadamente metade do conteúdo é essencial para canoístas, mesmo de outras modalidades. Importante também para corredores de aventura, esportistas outdoor e “aventureiros de carteirinha”.
Onde comprar: EDIVENTURA"

*Resenha transcrita do site da canoe

"Sea Kayak Rescue", doado pelo nosso amigo do fórum do CCC no yahoo grupos, José Marcelo.

Nossos agradecimentos ao Guto e ao Marcelo pela generosidade.
Valeu.

Cotunduba, meu amor

Apenas uma foto, só pra lembrar o quanto somos privilegiados.
Passei semanas sem remar. Estava com dor nas costas, um pouco resfriado e com receio de piorar.
Ontem fui até a PV pra ver o mar. Estava de roupa social, não fui remar, mas aí aparece o Pedro, Teté e Eduardo e pronto, lá vai eu. Vai eu ficar cheio de dores e me arrepender, e nem tenho um short.

Mas quem tem amigos não morre pagão nem sem calção, o Twigg me emprestou o dele e foi de sunga.
Quando voltei estava revigorado. Meu resfriado soltou com a água do mar e minhas dores nas costas estão quase boas. Não sei se foram as ondas, se foi o sol, se foram os amigos... Foi tudo junto.
Sei que sou um felizardo, e agradeço por tudo que a canoagem me dá.