Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ilha das Folhas

Um rato!!!
E agora, o que fazer?
Passava das 15:30. Cansados, meio embriagados com a refeição, cheios de vontade de encostar a carcaça e fazer uma siesta... agora um rato. Um rato faminto e audaz.
Enxota o rato, e o rato volta. Toca o rato , e vem o rato de novo.
Mas peraí... Como é que esse rato consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo?
Devíamos ter dsconfiado, onde tem um rato tem uma família de ratos, uma gangue de ratos. Piratazanas!
A Ilha das Folhas foi rebatizada Ilha dos Ratos.
No início, enquanto ainda tinha luz, ainda tentamos dialogar com os bichos, deu até pra descansar um pouco, mas quando começou a escurecer já tínhamos feito uma fogueira, cercado o perímetro com velas para poder ver a aproximação dos roedores, e reunido uma quantidade razoável de pedras e cascalhos.
Tudo foi em vão. Apesar dos esforços da artilharia, as ratazanas continuavam invadindo nosso território. O jeito foi colocar as bolsas afastadas do local onde iríamos dormir e deixar pra lá.
Nas ilhotas em torno, aves de todos os tipos, Biguás, garças, andorinhas, se aninhavam para passar a noite. Volta e meia uma revoada cobria o céu de asas. Um espetáculo digno de Pantanal.

E o sol foi se pondo.



Descemos meia garrafa de uisque roendo umas besteiras até que, vencidos pelo cansaço, fomos dormir. Decidimos não armar barraca e pernoitar sobre as pedras.
Quase 6 horas da manhã. A noite foi boa, só um pouquino fria. Caranguejo já estava de pé;  Marquinho e Bruno estavam se levantando. 
A panela foi pro fogareiro ferver água pro café enquanto fui pegar a bolsa de comida. Estranho... Tem uma luz dentro da bolsa. Caraca! Luz nada, um rombo, isso sim!. O safado do Topo Giggio roeu a lona e levou o saco de pão. Felizmente deixou o resto intacto. Devia ter colocado a bolsa no caiaque ou suspendido em algum lugar, mas não pensei.
A manhã veio vindo mansamente. O sol coloria o céu e começava a esquentar.
Tomamos café, depois reunimos as tralhas, enfiamos nos caiaques e nos preparamos para partir. O plano era deixar o lixo em Paquetá e seguir para a ponte passando pelas ilhas da Casa de Pedra, Ferro e Comprida.
Mas ainda dava tempo de curtir o visual antes de zarpar.





3 comentários:

  1. Ai Comandante, tudo lindo lindo lindo! Quero muito ir... mas ratos? Quase tão abundantes quanto os pássaros? Nào gostaria de ficar sem minha comida, muito menos virar comida... Podemos pular a Ilha dos Ratos na próxima ida? Saudades, com vocês até encararia os ratos...

    ResponderExcluir
  2. Oi Lê. Na verdade os ratos foram até gente fina. Devia tê-los convidado pra jantar para não ficarem fuçando nossas coisas.
    As ilhas devem estar todas infestadas. A ideia é levar um estilingue da próxima vez.
    Você vai, né?

    ResponderExcluir
  3. Rato gosta de queijo
    macaco gosta de banana

    e Lelê gosta adivinha de que?

    De remar com você!

    ResponderExcluir