Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Fortalezas abandonadas



As trilhas e escadarias de pedra cobertas por mato, os cadeados enferrujados que já não abrem mais e o desgaste aparente das construções dão a dimensão do abandono. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o conjunto paisagístico da Ilha da Boa Viagem, em Niterói, guarda um dos fortes, hoje em ruínas, erguidos no século XVII para a defesa da Baía de Guanabara. Prestes a completar 300 anos, a Fortaleza da Laje, na entrada da Baía, está abandonada desde 1957, quando foi desativada. Esses e outros fortes, patrimônios culturais que contam um pouco da História do Rio, estão desaparecendo. Para se ter uma ideia, das 58 fortalezas erguidas entre os séculos XVI e XX para proteger a região litorânea da cidade, apenas nove sobreviveram intactas. Onze estão em ruínas e 38 foram varridas do mapa pela ação do tempo.


Crédito texto: Taís Mendes.
Extraido do Jornal O Globo de domingo, 6 de junho de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário