Estava na Praia Vermelha. 11 horas da manhã. Muito sol, muita luz, de ofuscar a vista fazendo os olhos cerrarem por vontade própria. O sol esquentava o dia que não estava quente nem frio.
Desde cedo os canoistas deviam estar no mar. Uns já voltavam. Juliano arrumava sua tralhas para ir embora. Uma dupla de pescadores colocava um caiaque na beira.
As gentes desse pedaço estavam por ali ocupados com seus afazeres. Neli na barraca vendendo côcos, alugando cadeiras e guardassóis, cercada de comadres de praia. Itália e Jorjão também estavam no lugar de sempre perto da quina da muralha do Círculo Militar. Esses dois passam os dias tricotando.
Nas areias, pouca gente. Gente se bronzeando, jogando frescobol, pescando, andando de um lado pro outro.
Essa é a praia Vermelha. Uma praia diferente, mas igual às outras. Diferente porque alí fica a base de vários clubes de canoagem e porque tem uma "colonia" de pescadores o que cria um ambiente particular de convívio de pessoas com experiências para além da linha de arrebentação. Essa tribo flutuante já viu tanta coisa no marzão. Quantas histórias de ondas, marés, ventos! Quantos momentos de contemplação e de pura amizade!
Diz o velho Catarino que a praia Vermelha até parece um pouco a de Aventureiros, mesmo sem ter nada a ver. A praia Vermelha é diferente, mas é igual, acho que é isso que ele quer dizer.
O comandante estava lá pra consertar seu caiaque, mas com um frasco de catalizador vencido nas mãos resolveu ficar só olhando o mar. É gostoso sentir o vento no rosto tendo um horizonte aberto diante de si. Ao longe passavam enormes cargueiros entrando e saíndo do porto cheios de conteineres.
Depois que se cansou de tanta luz, de tanta cor, de tanta beleza, levantou pegou a bicicleta e foi embora contente, numa paz tão grande que coisa alguma poderia causar aborrecimento. É isso a praia Vermelha.
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