Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Visita aos fortes de Niteroi

Com fotos de Bruno Fitaroni


Domingo passado foi dia de remar pra Niteroi e visitar os fortes São Luiz e do Pico.
Pedalei até a padaria no final da Marquês de Abrantes sentindo gotas de uma chuva esparsa e silenciosa. Eram 6 da manhã, dava tempo de comer um sanduiche e tomar uma xícara de café com leite antes de seguir para a Praia Vermelha.


Na PV preparei meu caiaque com calma debaixo do céu nublado e chuvoso e parti para a Praia da Urca onde me encontraria com a galera.
O mar estava calmo, apenas algumas ondulações amistosas bolinaram o barco na passagem pelo Pão de Açúcar e pelo Cara de Cão. No céu cinzento passavam bandos de gaivotas voando enfileiradas como contas de um colar.
A rapaziada já boiava nas águas da Urca quando cheguei. Três caiaques duplos, um com Flávia e Edu, outro com Bruno e Marquinhos e ainda um outro com Tonho e Gustavo. Em caiaques individuais estavam Volnei e Tufi. Vini apareceria mais tarde na Praia do Forte. Alê e Iuri também já davam as primeiras remadas.
Partimos em direção à outra margem da baía remando no mar liso. Quase não ventava. Tudo estava perfeito, exceto pela presença de um monte de lixo boiando perto da pedra da coruja.


A travessia do canal foi feita acompanhando a corrente de vazante. Fizemos uma paradinha ao lado da muralha da Fortaleza de Santa Cruz, depois desembarcamos na  Praia do Forte. Subimos os caiaque para longe da linha da maré e colocamos o pé na estrada que vai serpenteando pelo morro coberto de verde. A cada curva éramos presenteados com panoramas deslumbrantes de Charitas e Jurujuba.




Em alguns minutos estávamos diante do pórtico monumental do forte, imponente, cheio de marcas do tempo, vigiado por duas pequenas guaritas debruçadas na muralha.



Passado o portão a impressão era que tínhamos entrado em outro mundo, outro tempo. Um caminho ladeado por dois pavilhões, dos quais restam as paredes de pedras vindas de Portugal no porão dos navios, nos levou até a outra muralha do conjunto. Lá do alto a vista das montanhas do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara é simplesmente extraordinária.





Está tudo muito bem conservado e limpo. O espaço dispõe de bancos, mesas, lixeiras e até uma capela com a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

 

Continuamos nosso passeio subindo pela estrada de pedra que leva até o forte do Pico. Ainda teríamos muitas surpresas como a  descoberta de um painel de azulejos com um poema de Fernando Pessoa e um busto do poeta português.



Desse ponto, olhando pra baixo na direção do Forte São Luiz, parecia que estávamos em Machu Picchu.
Passamos pelo portão e começamos a perambular pelo pátio. Alí se encontram os banheiros para os visitantes e um museu. Depois entramos nos "subterrâneos" e exploramos as galerias e corredores.

Enquanto percorríamos aquele labirinto observando os sistemas de deslocamento de munição dos paióis e o grupo gerador fomos surpreendidos pela presença de uma coruja que assustada nos vigiava completamente imóvel.




Finalmente chegamos ao topo do morro a 230m de altitude onde 4 obuseiros Krupp de fabricação alemã ficam alojados em crateras escavadas na rocha, cercadas por um muro de concreto.
Fizemos um lanche e depois de nos fartar com a paisagem do Rio e das praias voltamos pelo mesmo caminho pra pegar os barcos.





Com uma  autorização para desembarcar na praia do Imbuhy, partimos deslizando pela água verde e clara, atravessamos rebentação e fomos tomar cerveja e comer pastel na cantina.
Logo começaria o jogo da final da copa, então resolvemos voltar. Estávamos todos muito felizes pelo maravilhoso passeio, misto de remada e caminhada, entre amigos em harmoniosa convivência.


Quem quiser visitar esses fortes por terra, basta se dirigir à Alameda Marechal Pessoa Leal n° 265, no bairro de Jurujuba, município de Niterói. O acesso é permitido aos sábados, domingos e feriados, das 09:00 às 16:00 horas. Mas se a ideia for ir remando será preciso uma autorização.
É isso. Fica a dica de um passeio imperdível.
Para saber mais sobre os fortes visitados veja http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_S%C3%A3o_Lu%C3%ADs

Mais fotos.






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