Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



domingo, 31 de julho de 2011

Expedição de caiaque até Santos chega à Praia da Caveira

Durante toda sexta-feira fiquei sem notícias do Bruno. Não recebi o relato do dia e quando tentava ligar não tinha sinal. Fiquei preocupado vendo a previsão de sábado anunciando a entrada de uma frente fria com ventos de até 23 nós. Sabia que o Bruno já devia estar na praia da Caveira, isso era bom, mas o trecho seguinte, passando pelo sul da Ilha de São Sebastião, seria um dos mais sinistros da viagem, e só deveria ser feito em condições favoráveis, o que não era o caso.
Remada de sexta-feira: Praia do Cedro - Praia da Caveira
Na quinta, eu tinha mandado a previsão de sábado também, justamente porque estava engrossando.

"windguru ilha bela para sábado 30/7:
no geral o vento piora: vira para sw ao meio dia.
hora/vv/dv/ho/do
3/10/nnw/1.2/e
6/10/nnw/1.2/ese
9/8/wnw/1.2/sse
12/9/sw/1.2/sse
18/6/sw/1.3/sse
21/5/sw/1.2/sse
rajadas de 15 nós pela manhã (até 15hs) depois cai p 11 e ànoite 8 nós.
Firme no remo!!!
Abraço." (28/7 às 15h48)
Praia da Caveira
Só que  ficou ainda pior. Mesmo sem saber se receberia, mandei pro Bruno a previsão de sábado atualizada, recomendando que ficasse em terra. Se de fato não recebesse o aviso, ainda me restava confiar no seu bom senso.

"Atenção!!!
Ventos fortes de 12 nós c rajadas de 23 nós pela manhã.
Previsão ilha bela p sábado 30/7:
hora/vv/dv/ho/do
3/9/ne/1.2/ese
6/12/nne/1.2/sse
9/11/nne/1.4/sse
12/7/w/1.3/sse
15/6/ssw/1.2/sse
18/4/s/1.2/sse
21/5/s/1.2/sse
raj. de 23 nós às 9hs, 13 nós às 12hs e vai caindo.
Um bom dia pra ficar em terra firme.
Domingo, 31/7 vento fraco 2 nós sse.
Abraço." (29/7 às 21h)

Sábado eu estava na PU e o telefone tocou. Era uma ligação a cobrar de um número estranho, e não completava. Na terceira tentativa consegui ouvir a voz do Bruno. Ele estava falando de um telefone público na praia do saco do Eustáquio. Disse que não pôde ver minhas mensagens, mas que o mar tava brabo e que iria passar mais uma ou duas noites na Caveira. Respondi que era mesmo dia de ficar em terra, mas que no domingo (hoje) teria uma janela boa pra fazer a virada da ponta do Boi pra tentar chegar no Bonete. Nos despedimos, e, aliviado, fui remar.
    

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