Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aconteceu hoje na sede da FFTTAA a posse dos representantes do Conselho Consultivo do Monumento Natural das Ilhas Cagarras

A atividade do conselho faz parte da estratégia de gestão participativa das unidades de conservação.
O conselho é um lugar onde a sociedade pode influenciar as ações de prevenção e propor soluções para as questões socioambientais da unidade de preservação,  do seu entorno e das áreas de influência.
Composto por igual numero de representantes de órgãos públicos e da sociedade civil, o conselho tem condições de chegar ao equilíbrio necessário à gestão harmoniosa que leve em conta os interesses, saberes, potenciais e inquietações de cada grupo, facilitando a solução dos problemas.
O Conselho não tem poder de decisão, mas quando atuante e participativo, tem força para garantir sua participação na tomada de decisões da administração da unidade quanto ao uso dos recursos naturais da região.
A canoagem está representada pelos remadores Marcelo Afonso e Rodrigo Magalhães, ambos diretores do Clube Carioca de Canoagem. 


Caiaques, Canoas e RIPEAM

O que fazer quando estamos remando e vem uma traineira ou lancha bem de frente na nossa direção? A resposta é fácil: sai da frente. Sai pra onde? Pra esquerda, direita, norte, sul, leste ou oeste? Pra onde der, somos muito vulneráveis, se bater ferra tudo.
Mas se tiver escolha, vire francamente pra direita/boreste (BE).
A regra 14 do RIPEAM - Regras Internacionais Para Evitar Abalroamento no Mar diz que "quando duas embarcações à propulsão mecânica estiverem se aproximando em rumos diretamente opostos, ou quase diretamente opostos, em condições que envolvam riscos de abalroamento, cada uma deverá guinar para boreste, de forma que a passagem se dê por bombordo uma da outra".
Não fala em embarcação a propulsão humana, caiaques e canoas ainda não são considerados barcos "de verdade",  mas fica claro nosso interesse em respeitar a norma visto que o piloto do barco a motor terá o mesmo reflexo de guinar para BE.
Para nós, canoistas de mar, as regras servem pra dar uma ideia de qual deverá ser a reação dos condutores dos outros barcos, é um código de conduta e comunicação. Uma manobra franca e positiva pra BE indica claramente nossa intenção de agir conforme a boa marinharia, sem hesitação.  


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Rio Va'a fechou o ano com chaves de ouro, prata e bronze


Ainda estamos na primavera, mas o sol é de verão. Nem precisava remar 10 km com todo gás pra perceber como o dia estava quente. Foi nesse calor absurdo que aconteceu a Rio Va'a 2010. A Praia Vermelha estava cheia de gente e de canoas colorindo as areias. Tendas armadas, mesa de frutas, vai-e-vem de várias tribos.

A disputa das oc 6 femininas era acompanhada através das informações dos alto falantes. A chegada da canoa das meninas do PVV, que ficou com o ouro, foi muito festejada, afinal, quem frequenta a PV nas manhãs das terças e quintas sabe o quanto se esforçaram durante o ano para fazer uma equipe campeã.
Depois de um abraço na Carlinha, Letícia, Teté, Mari, Tiça e Andréia foi hora de ir pra Urca encontrar Bruno, Marquinhos e Tonho para pegar dois caiaques duplos do CCC. Não havia a menor possibilidade de levar de carro por causa do engarrafamento, então colocamos os barcos na água e seguimos remando.


No trajeto até a PV nos demos conta que o bicho ia pegar quando fosse dada a largada da nossa classe, pois as ondas gigantes no mar anárquico e o vento de leste não dariam trégua aos remadores. Na verdade parecia que os elementos tinham combinado de dar uma surra em quem se aventurasse pela boca da barra naquela tarde.
De qualquer forma não tinha mais jeito. Era remar ou remar. E remamos. Quando entramos na enseada da PV as oc 1 masculinas já vinham em disparada em nossa direção. Que mar é esse minha gente? As canoas avançavam com seus remadores enlouquecidos tentando se equilibrar driblando as ondulações frenéticas. Tinha até canoa andando de ré.


Desembarcamos com cuidado evitando provocar um acidente com banhistas que pareciam não entender bem o que estava acontecendo. Às 15 e tal foi a vez dos caiaques largarem em disparada. Nessa hora o mar estava no seu momento crítico. A espera já foi tensa. Era difícil manter o caiaque alinhado diante dos açoites da ondas que insistiam em nos arrastar de volta à praia. Tonho se agarrou à bóia.


Enfim largamos. Bruno e Marquinhos meteram o braço seguidos por Biga e Edson. Eu e Tonho víamos nossa proa levantar na altura do céu pra em seguida mergulhar no verde do mar. Nosso caiaque se fazia de brinquedo nas mãos das forças da natureza. A água cobria o convés sem parar, inundando mais e mais a cabine. Mal viramos o Pão de Açúcar e paramos pra tirar água.
Definitivamente a estratégia de beirar a costeira não foi uma boa. No meio da confusão das ondulações o caiaque parecia um prego fincado na água. Mesmo no trajeto até o Cara de Cão, com ondas batendo na aleta direita, parecia que o barco não andava. A coisa só melhorou quando entramos na enseada de Botafogo. Nesse trecho andamos relativamente bem, mas já não dava pra alcançar nossos camaradas. Com a bóia do santinho contornada, nosso ultimo sopro de coragem veio dos gritos da Andréia que a essa altura bebia um chope na mureta em frente ao Bar Urca.
Vamo caranguejo! Vamo Caranguejo! A ideia de um chope manteve nosso animo até passar pela pedra da coruja. Dalí em diante foi como entrar no inferno. Era porrada na cara, uma atrás da outra. A ventania desvairada levantava ondas monstruosas. Pra piorar, toda hora um lixo prendia no leme. Aliás nem sei pra que servia o leme, pois o caiaque bailava ao sabor das ondas, hora de frente, hora de lado, hora nem sei de onde vinham, tamanha brutalidade do mar. Brutalidade de tudo: de vento, de onda, de sol... O que que eu tô fazendo aqui? Essa é a pergunta padrão nessas horas de sufoco. Não tinha oração nem reza que desse conta de tamanha barbaridade. A paisagem impressionante até merecia contemplação, mas quem disse que era possível? E mesmo que fosse... Queria sim fechar os olhos e acordar na minha cama no ar condicionado. Socorro!
Passamos por fora fora da laje vendo os dentes do mar prontos pra fazer de nós seu petisco. Via a garganta daquele monstro querendo nos engolir. Urrava. Mas a praia se aproximava. Tá acabando, tá acabando. Acabou!
Finalmente chegamos, em ultimo lugar, mas chegamos. E como só tinham 3 caiaques na disputa, ficamos com o bronze. Bruno e Marquinhos pegaram prata , Edson e Biga, ouro.


Vamos combinar: valeu. Sempre vale, mesmo depois de tanta brutalidade. Se o sol continuava firme e forte a torrar meus miolos, pelo menos agora podia descer uma cerveja e fingir que não tinha sido nada. Só que ainda faltava levar os caiaques de volta pra Urca. É... voltamos pros dentes do mar. Ai ai ai ui ui, ai ai ai ui ui, tralálálálálálálá...





sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aniversário do Marquinhos Faísca no Forte da Laje

Marquinos é um bom companheiro de remadas. Ele pode ser visto quase todo dia na PU com o Bruno e a turma do Kayak Carioca. Hoje foi dia de fazer uma homenagem ao nosso amigo lá no Forte da Laje e comemorar seu aniversário.
Às 7 horas um grupo de 8 remadores zarpou debaixo de um céu  partido: metade azul, outra metade coberta de nuvens escuras escondendo o Cristo Redentor. Dia de remar de leve, dia de cantar 'parabéns pra você'.


Os caiaques foram amarrados na corda pendurada na ponte. Subimos pela escada da muralha, desobstruída durante a semana pelo pessoal do ECCO e do CRG. Preparamos uma mesa com pasteizinhos, coca-cola e torta levados pelo Bruno, cantamos o parabéns e depois entramos na escuridão do forte para uma visita rápida.






Dia também de voar...
- É um pássaro? Um avião?
- Não. É a dupla Faísca e Fumaça em ação!


Dia de fotos com a máquina nova...


Depois da festa fui levar meu caiaquinho de plástico até a PV onde ficará durante o verão aos cuidados do Jorge. Esse percurso foi meio pauleira pois o barco é lento, e vento e ondas não estavam de brincadeira. Mas apesar do esforço cheguei bem, pronto pra encarar o calor e o trabalho. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Estavam todos lá

Na Praia Vermelha e na Urca. A chuva da noite e da madruga não espantou a rapaziada remadora. A prova do Rio Va'a do próximo fim de semana deve ser responsável pelo quorum impressionante.
Na PV vi  de cara  a Letícia de braços abertos fazendo coro com o sorriso. Sairam três canoas de 6 do PVV,  uma do Carioca Va'a e uma do Rio Va'a. No caminho para a Urca ainda passei por duas canoas do Rio Va'a, uma delas com o Massimo no leme e várias feras metendo o braço. Já dentro da enseada de Botafogo encontrei Bruno, Marquinhos e Claudia começando um passeio até Santa Cruz.
O mar cinza, sujo de plásticos e pedaços de pau. O Céu só cinza. Mas estava gostoso de remar. Na ida as ondulações ajudavam no avanço de Jurupi; na volta não atrapalharam. Fora os rolos, a superficie estava lisa, deixando-se marcar pela passagem dos barcos. Água morna e um pouco mal cheirosa por causa do caldo podre que escorreu da cidade lavada pela chuva.
Quando voltei as canoas já estavam nos seus berços, felizes e sorridentes por mais uma manhã de mar. Sorridentes também estavam as pessoas pelo mesmo motivo. Hora de bater um papo, de falar da viagem pra Ilha Grande em janeiro. Andreia, Léo e Pedro estão animados e começam a planejar a logística até Jacareí. Bom saber que está tudo se encaminhando bem e que teremos tanta gente boa pra começar o ano com a pá direita. 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Teatro na sexta, preguiça no sábado, Cagarras no domingo. Que vida besta!

Depois de ver a peça "OTRO" (Espaço Sergio Porto) e de esticar na noite de sexta, sábado foi dia de descanso. Fiquei sabendo que o Edu foi para as Cagarras e que no caminho encontrou Suzana já voltando. Então, domingo foi minha vez.
Cheguei na PV tipo 8 horas e vi Alê, Iuri e Malu preparando suas canoas. Sairam logo depois da minha chegada remando bem devagar. Meu plano era seguir para Ipanema, só que não deu pra resistir e resolvi seguir o trio. Foram alcançados por Jurupi que completou o trajeto até as Cagarras em uma hora e vinte. Mar verde-marrom, com bastante lixo flutuando, mas com ondulações delicadas empurrando pro arquipélago.
Nós quatro ficamos de bobeira perto da Comprida até começar um NE tímido. Alguns banhos depois partimos de volta pra PV, dessa vez tendo que vencer a resistência do vento. Confesso que nem senti, pois no trajeto fui conversando com a Malu, conhecendo um pouco mais a pessoa por trás da remadora.
Um fim-de-semana perfeito: arte, sono, natureza e amigos. Quem dá mais?