O telejornal da noite de sábado já tinha anunciado a chegada de uma frente fria no Rio. O vento levantava folhas e areia na Praia Vermelha parecendo confirmar a previsão. Quem saiu cedo voltava dizendo que lá fora tava um pouco rude, que o vento tinha encrespado o mar formando muitos carneirinhos.
Na praia, Andréia e Aline preparavam uma canoa dupla; Carlinha montava sua OC1 surf, Joaquina. Pedro também se apresentou com seu surfski, e logo estávamos remando em direção ao posto 6 com o vento de SW batendo de frente. Apesar de segurar um pouco o avanço, não oferecia perigo. Na verdade garantiu a diversão. Na ida a brincadeira era subir e descer as ondulações, na volta era surfar tentando não se ejetar do banco.
Quando chegamos no posto 6, uma nuvem cinza se aproximava trazendo uma chuvinha fina. Mas ainda era cedo; o pé d'água só despencou mesmo à noite. Ao lado da muralha do forte a água estava clara e lisa como uma piscina. Além de nós, alguns standapistas também aproveitavam a manhã.
Passei semanas sem remar por essas bandas e confesso que estava com saudades. Depois de boa conversa e vários mergulhos, retornamos pra PV numa das remadas mais divertidas dos últimos tempos. As ondulações de popa proporcionaram um surf contínuo empurrando os barcos rapidamente em direção à ponta do Leme. Era um deslizar seguido de outro ao som dos gritos da Carlinha. Caí algumas vezes tentando domar o caiaque e finalmente desembarcamos na PV sem sobressaltos. E ainda deu tempo de beber uma cervejinha antes de pedalar de volta pra casa.
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