Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



segunda-feira, 25 de abril de 2011

Remadinha de Páscoa

O telejornal da noite de sábado já tinha anunciado a chegada de uma frente fria no Rio. O vento levantava folhas e areia na Praia Vermelha parecendo confirmar a previsão. Quem saiu cedo voltava dizendo que lá fora tava um pouco rude, que o vento tinha encrespado o mar formando muitos carneirinhos. 
Na praia, Andréia e Aline preparavam uma canoa dupla; Carlinha montava  sua OC1 surf, Joaquina. Pedro também se apresentou com seu surfski, e logo estávamos remando em direção ao posto 6 com o vento de SW batendo de frente. Apesar de segurar um pouco o avanço, não oferecia perigo. Na verdade garantiu a diversão. Na ida a brincadeira era subir e descer as ondulações, na volta era surfar tentando não se ejetar do banco.
Quando chegamos no posto 6, uma nuvem cinza se aproximava trazendo uma chuvinha fina. Mas ainda era cedo; o pé d'água só despencou mesmo à noite. Ao lado da muralha do forte a água estava clara e lisa como uma piscina. Além de nós, alguns standapistas também aproveitavam a manhã.
Passei semanas sem remar por essas bandas e confesso que estava com saudades. Depois de boa conversa e vários mergulhos, retornamos pra PV numa das remadas mais divertidas dos últimos tempos. As ondulações de popa proporcionaram um surf contínuo empurrando os barcos rapidamente em direção à ponta do Leme. Era um deslizar seguido de outro ao som dos gritos da Carlinha. Caí algumas vezes tentando domar o caiaque e finalmente desembarcamos na PV sem sobressaltos. E ainda deu tempo de beber uma cervejinha antes de pedalar de volta pra casa.










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