Imagine um globo terrestre com uma lâmpada bem no centro. Em torno desse globo está enrolado um cilindro de papel em contato com o Equador. Quando acendemos a lâmpada, a imagem dos continentes aparece projetada no cilindro de papel. Isto é a Projeção de Mercator.
As cartas náuticas mais comuns no Brasil são feitas nesta projeção que tem como características manter a forma dos continentes, e, consequentemente, do contorno do litoral (conformidade), e representar meridianos e paralelos como linhas perpendiculares entre si, de maneira que uma reta qualquer ao cortar meridianos e paralelos determina com eles sempre o mesmo ângulo. Essas características são essenciais em navegação.
Entretanto, a Projeção de Mercator, ao representar numa superfície plana o que estava numa superfície convexa, gera uma deformação das distâncias conforme se aproxima dos polos. É o que se chama "Latitudes Crescidas". Por isso, nos mapas, a Groenlândia parece ser tão grande quanto a Africa. Para saber mais sobre projeções cartográficas, veja aqui.
A escala de latitudes, situada nas laterais das cartas, acompanha essa deformação, sendo utilizada para medir distâncias. Cada minuto de latitude corresponde a uma milha náutica.
Vamos considerar com muito boa vontade a carta abaixo. Para medir a distância entre A e B, abra um compasso (ou estique um barbante) entre os dois pontos; depois transfira essa medida para a escala de latitudes no nível médio de onde se encontra a reta AB e anote a medida em minutos. No exemplo, a medida entre A e B deu 3' (3 minutos), ou seja, 3 milhas náuticas.
Um exemplo mais real:
Considere a carta N° 1634, "Da Ponta da Juatinga à Ilha das Couves".
Para saber a distância entre a Praia das Bicas (A) e a Ilha Comprida (B), trace um reta unindo os dois pontos e em seguida abra o compasso, uma ponta em cada ponto.
Desloque o compasso para a escala de latitudes e leia o resultado. A abertura do compasso indica 2', logo a distância é de 2 milhas náuticas.
Bem didático, ficou legal!!!
ResponderExcluirBoa Capitao Rodrigo, gostei!
ResponderExcluirPor que não podemos medir nas escala de longitudes?
ResponderExcluirOi Janio. Na projeção de Mercator, os meridianos aparecem como paralelos entre si, quando na realidade não são. Por esta razão, a escala de longitude não pode dar conta da relação de distâncias. Já os paralelos, não aparecem equidistantes dos seus vizinhos, de forma que a escala de latitudes acompanha a deformação na relação de distância entre pontos. Isso se dá porque na projeção de Mercator o que se deseja é conservar a conformidade, ou seja, manter a forma do terreno tal qual é no globo. Pra ser conforme a carta na projeção de Mercator abre mão da fidelidade com outras propriedades tal como equidistância e equivalência. Não sei se clareia.
ResponderExcluirE se nos dizem por exp: navegamos com uma PA de. 256°as 0300 ás 0400 passo a navegar com uma Pa de 245° ... como tranformo 1h no compasso para poder marcar na carta náutica a nova proa?
ResponderExcluirDesculpe, DJ IGY J, acho que não entendi sua pergunta. Pelo que entendi, a embarcação guinou 11° para bombordo.
ResponderExcluirPara traçar o novo rumo, você pode usar uma régua de paralelas e tirar pela rosa dos ventos ou, como prefiro, usar um transferidor. Não esquecer de fazer as conversões de verdadeiro para magnético e vice-versa, se for o caso.
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