Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



quarta-feira, 16 de julho de 2014

Fazendo um remo groenlandês

Como fazer um remo groenlandês sem muito esforço.
Partindo de um projeto de Didier Plouhinec, publicado na revista Canoe Kayak Magazine de novembro/dezembro de 1991 (p. 65), Eu, Paulo Fucci e Flávio Violante construímos um remo groenlandês barato e relativamente fácil de fazer. 
No lugar da tábua de compensado naval e das baguetes de pinho, utilizamos uma tábua de pinho de 0,7 cm de espessura com 10 cm de largura por 220 cm de comprimento e duas meias-canas de 3 cm de largura por 200 cm de comprimento.
O resto do projeto foi mais ou menos respeitado. As pás com 78 cm e a haste com 64 cm.
Primeiro, traçamos o desenho do remo na tábua de pinho. Riscamos o local onde seriam coladas as baguetes. Na extremidades das pás usamos uma tampa de pote de herbalife com diâmetro de 10 cm e na base das pás, um rolo de esparadrapo com 6 cm de diâmetro.


Traçamos as laterais das pás com duas retas tangenciado as duas circunferências.
 Depois cortamos o contorno com serra tico-tico.
Resultou nisso aí.
Em seguida, usamos uma serra de fita (o Paulo tem tudo no atelier!) pra dar um corte em bisel nas extremidades das meias-canas, só pra ter menos trabalho pra desbastar depois.
A partir daí, colamos as baguetes usando cola de contato (usamos fita crepe para evitar que a cola não borrasse fora da área de colagem) e prendemos com sargentos.  
No dia seguinte, tiramos os sargentos, desbastamos com um ralador (plaina-grosa) que o Flávio levou (sensacional a ferramenta!), lixamos e pronto. 
Taí a obra.
Só faltava passar seladora e envernizar... Mas aí resolvemos fibrar tudo :(

Não faça isso! Fica muito pesado! Se for pra fibrar, faça só entre as "asas" da pá e a baguete, como manda o projeto. Isso aumenta suficientemente a resistência sem pesar muito.

Quanto arrependimento! Deu um trabalho enorme pra lixar e depois ver que tava pesado demais. E mais trabalho ainda pra tirar toda a fibra da haste e desbastar mais um bocado a baguete no eixo da pá pra salvar o projeto.
No final das contas não deu pra manter o acabamento natural de madeira e o remo foi pintado de amarelo. Apesar de tudo, ficou ótimo, muito bom mesmo. Testado e aprovado! 
O próximo já está a caminho. Falta só desbastar, lixar e envernizar. Desta vez não vamos fibrar.
Este projeto vale super a pena. É bem fácil, rápido de executar (umas 8 horas de trabalho divididas em dois dias) e o resultado é excelente. O desempenho não deixa muito a desejar quando comparado a um remo groenlandês feito em uma única peça.

Valeu, Paulo e Flávio, pelas lições de marcenaria.
Abraço.
Rodrigo Magalhães

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