Intermediários

Processos, ferramentas e ambientes para objetivos subjetivos

O que é invisível a nós? Que coisas escapam aos cinco sentidos, que estão presentes mas não podem ser definidas? Ou seria a pergunta, o que é o invisível?

Um objeto é comum. Porém quando é portador de um poder, o que passa a ser? Um talismã, uma arma, um instrumento? O poder transforma o objeto em um veículo, uma ferramenta que permite ao seu operador realizar o objetivo proposto. Igualmente, uma área quando designada e delimitada passa a ser o espaço que possibilita o acontecimento do objetivo proposto. E interessam também os espaços de fronteiras pouco definidas, como são os espaços emocionais e espirituais, da mesma forma os dos sonhos e os das fantasias. Espaços estes que são abstratos e impalpáveis, que se permeiam e se confundem entre si, onde entramos e de onde saímos constantemente sem nos dar conta.

Os objetos-espaços atuam entre o físico, o psicológico, o emocional e o invisível. São intermediários e como tal passam a depositários de possibilidades, poderes e anseios. Pontuam o silêncio. São ações poéticas que existem no vazio entre as continuidades.

Rodrigo Cardoso, 2006



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sábado de remada tranquila com o povo da linha d´água



Dia de sol esquentanto as areias da PU e o o Tonho de cabeça quente por conta do cadeado do caiaque que não queria abrir. Já ia desistindo mas o céu todo azul e a promessa de um dia luminoso nos convenceram a encontrar uma solução.
Um pouco de azeite de oliva extra virgem fornecido pelo Emerson do Belmonte deveria dar um jeito de destravar a fechadura. Doce ilusão. O cadeado não se fez de salada, continuou emperrado mesmo depois de regado com fino azeite português. Então tivemos que partir pra ignorância. A serra que fica na cabine não se chama Ignorância mas deu cabo da corrente em alguns poucos movimentos de vai-e-vem.
Com o caiaque livre começamos os preparativos  enquanto Gustavo e Ana vinham chegando. Flávia também já estava lá dando um jeitinho no box. Na água uma canoa com seis remadores vinha chegando enquanto um biguá se banhava distraido.


Partimos para o Forte Laje e logo na saída avistamos a canoa do Marcão, um caiaque simples e um duplo. Entrava um ventinho fraco na enseada e mais pra frente, já no canal, o mar se agitava com as ondas que mesmo não sendo muito grandes avisavam pra ter cautela. Demos a volta no forte Laje passando um pouco afastados para evitar as ondas espumosas.
A maré estava baixíssima expondo as rochas sob a muralha. Aproveitava o balanço e ia desenferrujando a cintura depois de dias sem remar. Gustavo que vinha com a Ana num duplo passou bem pelo trecho apesar de estar acostumado ao mar mais tranquilo da Baía de Sepetiba.


Durante nosso trajeto não vi muito lixo e reparei que a água estava bem limpa até, num tom de verde mais comum no mar aberto.
Voltamos na direção da PU para encontrar  Bruno, Marquinhos e Fernanda que deviam estar chegando. As ondas empurravam o caiaque para dentro me obrigando a forçar nas varreduras do lado direito para manter a direção. Há dias sem remar até me deu uma dorzinha no ombro, mas logo passa.


Chegando na PU, Eu, Tonho e Flávia logo desembarcamos. Gustavo e Ana ficaram mais um tempo remando alí perto da mureta aproveitando o sol.
Alí na areia, na sombra da amendoeira, estava a turma da Comlurb e o guardião do G-mar sentado numa canoa. Bruno chegou logo e começou sua labuta pra colocar dois duplos na água. Solta corrente, coloca as tampas nos compartimentos, veste  saia, põe colete, amarra, desamarra...


Depois de colocar seu caiaque no novo lar, Gustavo me ajudou levando o caiaque Bacalhau para PV onde vai ficar um tempo para ser consertado.
Dia de remada curta para não forçar demais os músculos preguiçosos. Dia de encontrar o povo flutuante e comungar da luz e do prazer de estarmos juntos.

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